Segundo registos, o dia do Pai teve origem na antiga Babilónia há mais de quatro mil anos.
Um jovem, de nome Elmesu, desejando que seu Pai tivesse sempre sorte, saúde e uma longa vida, esculpiu em argila o primeiro cartão em sua homenagem.
Contudo, foi nos Estados Unidos que este dia foi tornado oficial e difundido para outros países.
Portugal escolheu o dia 19 de Março, dia de S. José, para homenagear os pais portugueses.
Aproveitando este meu novo “espaço” faço também a minha homenagem ao Pai maravilhoso que tive.
Apesar de ter partido há muito tempo, continua bem vivo no meu coração e sempre presente em cada novo amanhecer.
Paro no tempo e vejo-me criança, de vestidos leves e coloridos, correndo no jardim que existia em frente à minha casa, sob o seu olhar atento e cheio de amor. Sinto ainda hoje o cheiro das tílias e todo o carinho que depositava em cada beijo e abraço que lhe dava e que tão ternamente me retribuía.
Ao domingo, levava-me ao café para beber uma groselha (nunca mais bebi uma igual…) e caminhávamos de mãos dadas até ao campo de futebol, para assistirmos a mais um jogo.
Ah, os piqueniques que fazíamos no Verão faziam a minha delícia!
Admirava o seu porte elegante, a sua beleza, o cabelo preto e sempre bem penteado e a sua honestidade.
Com o passar dos anos, aprendi que amor e ternura também significavam estar preocupado com o meu futuro. Lembro-me constantemente dos seus sábios conselhos e do seu sorriso sempre que me via ultrapassar mais um obstáculo e atingir um novo objectivo.
Mais tarde, já com a minha própria família, nos dias de férias que passávamos juntos, partilhou comigo muito da sua sabedoria de vida.
Obrigado Pai pela tua ternura, protecção e amor.
Foste um grande homem e um grande Pai.
Em Agosto de 2008, sonhei que nos tínhamos encontrado.
Foi tão real e tão maravilhoso que partilho aqui esse encontro, em sua homenagem, tendo a certeza que ele continua a sorrir-me.
ENCONTRO COM O MEU PAI
Oh, doce e belo fim de tarde me embalava
No perfume das tílias e de rosas a bailar
Um suave e quente vento convidava
A sorrir, a sonhar, a caminhar...
Nostálgica, olhei o jardim onde me encontrava
Um vulto descansava à sombra da tília secular
Sereno, um canteiro de flores contemplava
Aproximei-me para encontrar o seu olhar
Não sabia há quanto tempo ali estava a olhar
Que vinha ao jardim da minha infância procurar
Baixinho murmurei: Pai, veio-me buscar?
Voltou-se e sorriu. Vi amor no seu olhar
Sentei-me no seu colo e falamos, sem falar
Uma lagrima caiu.Pai, ainda é cedo para me levar.
O banco, a tília (ainda sem folhas) no jardim da minha infância
Lamego