O TEMPO

O momento presente, aquele que muitas vezes não temos tempo de viver, mostra-nos a sua beleza a caminhar.
Viver o Aqui e Agora é um dos segredo para sermos felizes!
Sente o chamamento da natureza, descobre a cor do mundo e desperta.



Passas por nós todos os dias
Olhando a sorrir
Caminhas depressa, nada te detém
Amas a todos, não excluis ninguém
Contigo podemos ir

Começas teu caminho ao amanhecer
Cheio de cor
A todos chamas sempre a cantar
Quem quiser pode-te acompanhar
Com amor

Mostras o sol, os pássaros, as flores
Todos podem ver
Saltas feliz de tanta emoção
Dás beijos nas crianças com paixão
Assim podemos ser

Ofereces a chuva, o frio, o calor
Sem ter vaidade
Partilhas o céu, as estrelas, o mar
Mostras a beleza a caminhar
Não tens idade

Em dias cinzentos, sem sol
Sacodes a dor
Cobres-te com manto dourado
Cheirando a mato queimado
Cheio de sabor

E passamos por ti, tão depressa
Sem descansar
Não ouvimos tantas vezes o coração
Nem temos tempo de dar a mão
Tudo vai passar

Peço-te, meu Deus! Enquanto dormes
Manda ao mundo uma mensagem
Sacode-nos o corpo e a alma com vigor
Ajuda-nos a caminhar só com amor
Até que chegue o dia...
Da última Viagem.

NO SILÊNCIO ESCUTA O TEU CORAÇÂO


Por onde passeias nas noites sem lua e nos dias sem sol?
Para onde olhas quando acordas que não sentes as asas brilhantes que carregas aos ombros?
Não ouves o chamamento das flores que um dia plantaste no jardim do teu coração?
Esqueceste que és anjo?
Esqueceste que és mestre?
Porque não continuas o teu caminho de "regresso a casa", aceitando o teu reflexo no espelho em que te olhas todas as manhãs?
Porque não trancas as portas do medo, da insegurança e do sofrimento?
Não te esqueças que és forte, sábio e tens poder.
És tu que fazes com que milagres aconteçam na tua vida.
Tu és um criador!
Tu és Amor!
Tu és Luz!

HOMENAGEM AO MEU PAI

Segundo registos, o dia do Pai teve origem na antiga Babilónia há mais de quatro mil anos.
Um jovem, de nome Elmesu, desejando que seu Pai tivesse sempre sorte, saúde e uma longa vida, esculpiu em argila o primeiro cartão em sua homenagem.
Contudo, foi nos Estados Unidos que este dia foi tornado oficial e difundido para outros países.
Portugal escolheu o dia 19 de Março, dia de S. José, para homenagear os pais portugueses.
Aproveitando este meu novo “espaço” faço também a minha homenagem ao Pai maravilhoso que tive.
Apesar de ter partido há muito tempo, continua bem vivo no meu coração e sempre presente em cada novo amanhecer.
Paro no tempo e vejo-me criança, de vestidos leves e coloridos, correndo no jardim que existia em frente à minha casa, sob o seu olhar atento e cheio de amor. Sinto ainda hoje o cheiro das tílias e todo o carinho que depositava em cada beijo e abraço que lhe dava e que tão ternamente me retribuía.
Ao domingo, levava-me ao café para beber uma groselha (nunca mais bebi uma igual…) e caminhávamos de mãos dadas até ao campo de futebol, para assistirmos a mais um jogo.
Ah, os piqueniques que fazíamos no Verão faziam a minha delícia!
Admirava o seu porte elegante, a sua beleza, o cabelo preto e sempre bem penteado e a sua honestidade.
Com o passar dos anos, aprendi que amor e ternura também significavam estar preocupado com o meu futuro. Lembro-me constantemente dos seus sábios conselhos e do seu sorriso sempre que me via ultrapassar mais um obstáculo e atingir um novo objectivo.
Mais tarde, já com a minha própria família, nos dias de férias que passávamos juntos, partilhou comigo muito da sua sabedoria de vida.
Obrigado Pai pela tua ternura, protecção e amor.
Foste um grande homem e um grande Pai.
Em Agosto de 2008, sonhei que nos tínhamos encontrado.
Foi tão real e tão maravilhoso que partilho aqui esse encontro, em sua homenagem, tendo a certeza que ele continua a sorrir-me.

ENCONTRO COM O MEU PAI

Oh, doce e belo fim de tarde me embalava
No perfume das tílias e de rosas a bailar
Um suave e quente vento convidava
A sorrir, a sonhar, a caminhar...

Nostálgica, olhei o jardim onde me encontrava
Um vulto descansava à sombra da tília secular
Sereno, um canteiro de flores contemplava
Aproximei-me para encontrar o seu olhar

Não sabia há quanto tempo ali estava a olhar
Que vinha ao jardim da minha infância procurar
Baixinho murmurei: Pai, veio-me buscar?

Voltou-se e sorriu. Vi amor no seu olhar
Sentei-me no seu colo e falamos, sem falar
Uma lagrima caiu.
Pai, ainda é cedo para me levar.

O banco, a tília (ainda sem folhas) no jardim da minha infância
Lamego